sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Custe o que custar: sou negro

Nem tinha se passado 12h da comemoração que participei pelo dia da consciência negra, em sala de aula percebi como existem pessoas sem esta consciência.
Todos comentando o julgamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e uma professora pergunta: "qual o nome daquele moreno?" M-O-R-E-N-O???? É piada ou preconceito o homem é N-E-G-R-O.
Niguém deve ter medo ou vergonha de falar, pois não existe cor morena, mas não é piada, ou talvez não seja preconceito, é falta de CONSCIÊNCIA. Sabe que a pessoa é da cor negra, mas teimam em pregar o contrário. Quem se envergonhará em dizer que é NEGRO? Apenas os que não se aceitam.
No mesmo instante falei: "professora ele não é MORENO é NEGRO, o dia da consciência negra foi ontem, e nem se atentam para isso". Talvez ela tenha escutado, mas nem olhou pra mim, fingiu que não ouviu, ou que não era com ela.
Daí uma outra pessoa fala: "muita gente não tem esse conhecimento".
E eu claro, como não fico calada, disse: "Como assim? CONHECIMENTO???"
Claro que tem, até um analfabeto, no sentido mais amplo, tem conhecimento. "O que falta é CONSCIÊNCIA". Vê que a pessoa é negra, e diz outra coisa (?).
Sabe-se que moreno é pejorativo pode ocasionar processo, mas não sentem vergonha em falar tal absurdo, acham melhor amenizar, mas amenizar o que? E ao meu ver essa tal nomenclatura de afro-descendente é muito mais pejorativa, pois isto não indica cor, nunca vi numa caixa de 12 lápis a cor afro-descendente (avisem-me quando vir), mas quem criou esta nomenclatura? Ah! deve ter sido o mesmo branco que criou moreno. É negro e ponto, pois negro que é negro, negro que tem consciência, fala: NEGRO.
O negro com consciência não sente vergonha em ser negro, em ser chamado de negro. No entanto, o branco sente vergonha em chamá-lo assim. Mas porquê? Talvez porque não trabalharam sua consciência para uma vida sem preconceitos.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Princípio da Dignidade da Pessoa Humana

Vi no jornal O Globo (07/11) servidores públicos (5 ou 6) da cidade de Sertões/RS ficam de castigo 8h/dia, todo o horário de trabalho. Exatamente o que você leu: CASTIGO, como se fossem crianças.
O secretário quando indagado pelo repórter disse que o motivo era de ter apoiado o candidato opositor ao atual prefeito. Ainda tem mais, ele afirmou que estava correto o que fazia com os servidores. O pior é que este absurdo já perdura 4 anos, e não fica só por aí, pois o prefeito foi reeleito, e mais uma vez eles apoiaram o opositor.
A questão não é apoiar ou deixar de apoiar o da situação, é sim, o direito ofendido. Pois ninguém poderá ser "castigado" pelo que pensa, pois isto na democracia não é crime.
Como chegamos a este ponto?
Um simples prefeito que assume um cargo eletivo se achar que está acima de um servidor público!
Pois bem, problema de coronelismo não é problema só nosso, da região Nordeste. Agora me faz ri quando um jornalista pergunta sobre o coronelismo daqui, basta entrevistar um nordestino para a pergunta surgir, devem pensar que não evoluimos e que aqui só tem cabra e mandacaru divididos por cerca, pois bem vão perguntar agora a Gisele Bündchen (risos).
Espero que o prefeito seja processado por improbidade, ferir o direito fundamental ao trabalho, e este que está garantido constitucionalmente, pela CLT e pela lei de servidores públicos. O prefeito não pode querer ser maior que elas! Ou pode?!